Disciplina - Sociologia

A Marca é o que importa

"Ela é que define a compra. Ela é que determina a escolha. É a marca que se compra e não o produto. Seu poder captura quem pode comprar e quem não tem a menor condição de adquiri-la. Promove verdadeiros cultos obsessivos e estimula o consumismo desenfreado." (Daniela Lot)

Imagem de uma criança
Daniela Lot, no texto O (im)poder das marcas afirma que as marcas emergem como fundamento do consumo, essência do capitalismo, característica de uma sociedade das aparências. As marcas, e o marketing que fariam delas o que são, funcionariam como instrumentos de persuasão das grandes corporações, controle social e homogeneização. Mas se o mundo dos logos parece adquirir cada vez mais poder, sua onipotência é questionada por verdadeiros movimentos anti-logo, que re-apropriam as marcas e subvertem imagens, objetos, usos, identidades dos produtos, arrancando-os dos seus contextos originais e dando a eles novos significados.

A noção de poder das marcas é explorada no livro Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido, de Naomi Klein. Nele, a jornalista canadense mostra como as grandes corporações deixaram de ser um negócio de produtos, para ser um negócio de imagens – "Imagem é tudo" – deixando de vender apenas coisas, para vender sonhos, ideias e estilos de vida. O sociólogo Laymert Garcia, da Unicamp, em uma resenha do livro de Klein afirma: "parece que na perspectiva do capitalismo global a única identidade que ainda faz sentido e deve ser preservada é a identidade da marca."

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