Mulheres na Arte
Neste espaço você encontra algumas personalidades em várias áreas do conhecimento que contribuíram ou têm contribuído com as conquistas das mulheres na sociedade com seus pensamentos e suas ações.Pintura
Anita Malfatti
Tarsila do Amaral
Djanira Motta e Silva
Tomie Othake
Teatro Brasileiro
Bibi Ferreira
Cacilda Becker
Derci Gonçalves
Dulcina de Morais
Eva Wilma
Fernanda Montenegro
Glauce Rocha
Itália Fausta
Henriette Morineau
Leila Diniz
Lélia Abramo
Maria Clara Machado
Maria Della Costa
Nathalia Timberg
Ruth de Souza
Ruth Escobar
Pintura:
Anita Malfatti
(1889 -1964)
Filha de imigrantes (pai italiano e mãe norte-americana), Anita Malfatti foi fortemente influenciada pela mãe, que pintava e desenhava, e provavelmente nem sonhava que a filha se tornaria uma das mais importantes pintoras brasilieiras. Vítima de uma atrofia congênita na mão direita, Anita aprendeu a escrever, desenhar e pintar com a mão esquerda. O primeiro contato com a arte expressionista alemã em 1910, quando foi para Berlim e freqüentou a Academia Real de Belas Artes. A primeira exposição individual aconteceu em 1914, em São Paulo. Uma exposição sua, Primeira Exposição de Arte Moderna no Brasil, 1917-1918, inaugurada em dezembro de 1917, deu início ao Modernismo, que tem o seu ápice na Semana de Arte Moderna de 1922. Nesta exposição, ela conheceu Mário de Andrade, que tornaria seu grande amigo. O primeiro contato, no entanto, não foi dos mais amigáveis, já que o escritor gargalhou diante de obras da artista. O Homem Amarelo, uma das obras que foi alvo da ironia de Mário de Andrade, foi adquirida por ele anos mais tarde.
Tarsila do Amaral
(1886 -1973)
Considerada um dos nomes mais fortes do movimento modernista brasileiro, Tarsila do Amaral começou a pintar em Barcelona, na Espanha, onde concluiu seus estudos. Depois de ter se separado do marido, começou a estudar escultura em 1916, em São Paulo. Posteriormente, Tarsila estudou também desenho e pintura.Em 1920, Tarsila embarca para a Europa, com o objetivo de estudar na Académie Julian em Paris. Dois anos depois, regressa ao Brasil para atuar entre o grupo modernista, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa mesma época, começa o seu romance com o escritor Oswald de Andrade, com quem fica até 1930. Seus quadros mais famosos são o Abaporu, de 1928, e Operários, de 1933. O Abaporu foi dado de presente de aniversário para Oswald de Andrade. Empolgado com a obra, ele criou o Movimento Antropofágico.
Djanira Motta e Silva
(1914 - 1979)
Pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa, Djanira Motta e Silva começou a desenhar quando se tratava de uma tuberculose, em São Paulo, nos anos 30. O contato com a arte torna-se mais estreito quando ela se muda para o bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.
No ano de 1943, Djanira expõe pela primeira vez, na Associação Brasileira de Imprensa. Morando em Nova York de 1945 a 1947, sofre influência de Pieter Brueghel. De volta ao Brasil, pintou o mural Candomblé, na casa do escritor Jorge Amado. No Rio de Janeiro, foi uma das participantes mais engajadas do Movimento pelo Salão Preto e Branco, um protesto de artistas contra os altos preços do material para pintura. Uma de suas obras públicas mais importantes foi feita em 1963: o painel de azulejos Santa Bárbara, com 160 m2, no túnel Catumbi, Laranjeiras, Rio de Janeiro. Profundamente religiosa, Djanira ingressou a Ordem Terceira Carmelita e foi a primeira artista latino-americana a ter obras no Museu do Vaticano: o quadro Santana de Pé, doada ao acervo do museu, foi pintada com o braço esquerdo, pois ela havia fraturado a clavícula.
Tomie Ohtake
(1936 - 2015 )
Nascida em Kyoto, no Japão, no ano de 1936, Tomie Otake veio com 23 anos para o Brasil e instalou-se em São Paulo. Em 1968, ela se naturalizou brasileira. Anos antes, em 1952, o desejo de se tornar artista ficou latente quando ela foi visitar a exposição do artista plástico japonês Keisuke Sugano.A primeira exposição individual aconteceu em 1957, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Os anos 60, no entanto, foram os mais marcantes na sua carreira. Em 1960, ela foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna. No ano seguinte, participou pela primeira vez da Bienal Internacional de São Paulo. No final dos anos 60, Tomie começou a se interessar por serigrafia. A carreira de Tomie Otake é marcada também pela realização de várias obras públicas, como o painel pintado no Edifício Santa Mônica, na Ladeira da Memória, em São Paulo; a escultura Estrela do Mar, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro; a escultura em homenagem aos oitenta anos da imigração japonesa no Brasil, entre outras.
Teatro Brasileiro:
(1924 - )
Bibi Ferreira é uma atriz completa. Além de atuar, ela canta, dirige e toca violino e piano. Ela estreou no teatro aos 17 anos na peça Inimigos do Povo. Em 1946, criou sua própria companhia de teatro, a Companhia Bibi Ferreira. Entre os principais espetáculos montados estão My Fair Lady, em 1963, ao lado de Paulo Autran; Hello, Dolly, em 1965; O homem de la mancha, em 1973; A gota d'água, em 1975, de Chico Buarque e Paulo Pontes, entre outras.
Cacilda Becker
(1921-1969)
Cacilda Becker é considerada uma das personalidades mais importantes da classe teatral brasileira. Sua estréia no palco foi em 1940 interpretando a personagem Gertrude na peça Hamlet, de Shakespeare.
Em 1948, ingressou no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), tornando-se a primeira atriz da companhia. Entre os principais trabalhos dessa fase estão Maria Stuart, de Schiller; Seis Personagens à Procura de um Autor; de Luigi Pirandello; Antígona, de Anouilh; Anjo de Pedra, de Tennessee Williams; Pega-fogo, de Jules Renard, entre outras. Ao lado do marido Walmor Chagas, ela fundou em 1958n sua própria companhia: o Teatro Cacilda Becker (TCB), inaugurado com a montagem do texto O santo e a porca, de Ariano Suassuna.
Derci Gonçalves
(1907 - 2008)
A carreira artística da atriz comediante Derci Gonçalves teve seu auge no teatro nas peças Dorotéia, de Nélson Rodrigues, As Filhas de Eva e Do que elas gostam, as duas últimas sempre com lotação esgotada. Derci Gonçalves estreou na televisão em 1961, na TV Excelsior, divertindo o público com seu humor irreverente. Ela fez participações nas novelas como Cravo Amarelo (1980) e Que Rei sou eu? (1989).
Dulcina de Morais
(1911-1996)
Natural de Valença, no Rio de Janeiro, Dulcina de Morais foi uma grande dama do teatro nacional. Seus maiores sucessos foram Chuva, de Somerset Maugham, e O Sorriso da Gioconda, de Aldous Huxley.Suas últimas aparições no palco foram em Bodas de Sangue, de Frederico García Lorca, em 1983, e Viva Dulcina, em 1990.
Eva Wilma
(1933 - )
Uma das mais conhecidas atrizes do País, Eva Wilma começou a carreira no Teatro de Arena de São Paulo, nos anos 50. Ela ganhou projeção com a peça Black-out, em que ela fazia uma cega. No teatro, Eva Wilma participou de Uma mulher e três palhaços, Lição de Botânica, Sem entrada e sem mais nada, A megera domada, O Santo inquérito, Oh! Que delícia de guerra, Rapazes da Banda, Putz, Pequenos Assassinatos, Um bonde chamado desejo, Desencontros clandestinos, entre outros.A carreira na televisão despontou com um convite de Cassiano Gabus Mendes, para estrelar na TV Tupi o seriado Namorados de São Paulo, que mais tarde passou a se chamar Alô Doçura. Eva Wilma tem no currículo mais de trinta novelas, entre elas Plumas e Paetês, Ciranda de Pedra, Guerra dos Sexos, Roda de Fogo, Sassaricando, O Rei do Gado, A Indomada, entre outros.
Fernanda Montenegro
(1929 - )
Seu nome de batismo é Arlete Pinheiro Esteves da Silva. Natural de Campinho, zona norte do Rio de Janeiro, Fernanda Montenegro é uma das atrizes mais populares do país. Ela foi precursora na televisão brasileira interpretando ao vivo clássicos do teatro na antiga TV Tupi. Também atuou na TV Excelsior e na Rede Globo, destacando-se em novelas como Baila Comigo, Brilhante, Guerra dos Sexos, Renascer e Zazá. Ao todo, foram cerca de 15 novelas. No teatro, Fernanda Montenegro participou de mais de 60 peças teatrais, com interpretações históricas para A profissão da Sra. Warren, de Bernard Shaw; Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues; A Volta ao Lar, de Harold Pinter; e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Rainer Werner Fassbinder, um dos maiores sucessos teatrais brasileiros dos anos 1980.
Glauce Rocha
(1933-1971)
A consagração de Glauce Rocha no teatro aconteceu com a peça Madame sans gêne e Dona Xêpe. Em 1968, ganhou o prêmio Molière de teatro.
Na televisão, participou das novelas Irmãos Coragem, da TV Globo, e Cabocla, da TV Rio.
Seus últimos trabalhos foram na peça Uma noite sobre o pântano e na gravação da novela Hospital, na TV Tupi.
Itália Fausta
(1877-1951)
Itália Fausta foi um dos maiores nomes do teatro nacional. Ela foi pioneira na montagem do teatro grego com espetáculos ao ar livre. Seu maior sucesso foi com a peça A ré misteriosa, encenada em 1971.Em parceria com Gomes Cardim fundou a Companhia Dramática Nacional, que se tornou o principal conjunto dramático do País.
Henriette Morineau
(1906-1990)
Atriz consagrada, Henriette Morineau foi mestra de uma geração de grandes atores como Fernanda Montenegro.Sua estréia nos palcos brasileiros foi com a montagem da peça Medéia, de Eurípides, pela primeira vez encenada em português. Em 1943, encenou uma peça brasileira, Presa pelo amor, ao lado de Bibi Ferreira.Em parceira com Carlos Brant, Henriette Morineau fundou a companhia Grupo de Artistas Unidos, que resultou na apresentação de grandes espetáculos, como Os filhos de Eduardo, O pecado original e Os deuses amam.Na televisão, Henriette Morineau teve participações marcantes nas novelas Escrava Isaura e Água-viva.
Leila Diniz
(1945-1972)
A primeira experiência de Leila Diniz no teatro foi em 1962, aos 17 anos, com a peça infantil Em busca do tesouro.Em seguida foi convidada por Cacilda Becker para interpretar um pequeno papel na montagem de O preço de um homem, no Teatro Mesbla, no Rio de Janeiro.Símbolo de liberdade feminina da geração dos anos 60, Leila Diniz atuou em cerca de 12 novelas na TV Globo, conquistando projeção nacional com sua personagem em O Sheik de Agadir.
Lélia Abramo
(1911 - 2004 )
Lélia Abramo viveu na Itália durante a Segunda Guerra, trabalhou como jornalista e iniciou a carreira de atriz aos 47 anos, entrando para o grupo de teatro amador Muse Italiche. Em 1958, com 47 anos, foi convidada para participar da primeira montagem de Eles não Usam Black-tie, uma peça de Gianfrancesco Guarnieri, no Teatro de Arena, que lhe rendeu cinco prêmios, entre eles o Saci, o mais importante da época. Sua primeira novela foi A Muralha, transmitida dos estúdios da TV Cultura, em São Paulo. Em sua última participação na tevê, ela viveu Bibiana Cambará, na minissérie global O Tempo e o Vento, de 1985. Lélia Abramo tem no currículo mais de 20 novelas, 28 peças teatrais e 14 filmes.
Maria Clara Machado
(1921 - 2001)
Maria Clara Machado é a mestra do teatro infantil. Ela escreveu 23 peças para as crianças, entre elas textos traduzidos para até dez idiomas e encenados em vários países. Entre suas peças mais encenadas estão: O Boi e o burro a caminho de Belém, O Rapto das cebolinhas, Pluft, o fantasminha, A bruxinha que era boa, O cavalo azul, Maroquinhas Fru-Fru, O Diamante do Grão-Mogol e Camaleão e as batatas mágicas. Em 1951, Maria Clara Machado fundou o Tablado (Teatro do Patronato da Gávea), companhia que revolucionou o teatro infantil e formou sucessivas gerações de grandes atores brasileiros. Lá, foram encenadas disputadas peças como O Tempo e os Conways, de JB Priestley; Nossa Cidade, de Thorton Wilder; e Tio Vânia, de Tchecov, nas quais Maria Clara escrevia, atuava e dirigia.
Maria Della Costa
(1927 - 2015)
Descoberta pela atriz Bibi Ferreira, Maria Della Costa trouxe para o Brasil textos de grandes autores internacionais, como Beltort Brecht e García Lorca.
Um dos seus grandes sucessos foi a montagem da peça O Canto da Cotovia, de J.Anouilh, que estreou em 1955 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela abandonou o teatro em 1922, passando a se dedicar ao ramo de hotelaria.
Nathalia Timberg
(1929 -)
Nathalia é considerada uma das grandes atrizes brasileiras. Participou de muitos programas do ciclo Grande Teatro Tupi, da extinta TV Tupi São Paulo, dirigida por Fernando Torres, Sérgio Britto e Flávio Rangel. Na televisão, integrou o elenco de diversos teleteatros e telenovelas, com personagens de destaque, assim como participou de um dos primeiros telejornais da Rede Globo, o Tele Globo.Alguns de seus trabalhos são considerados clássicos da teledramaturgia , como a primeira versão brasileira de O Direito de Nascer, a versão do romance A Muralha escrita por Ivani Ribeiro para a extinta TV Excelsior, A Sucessora, Elas por Elas, Ti Ti Ti, Vale Tudo, Pantanal, O Dono do Mundo, entre outros.No fim da década de 1940, formou-se pela Escola de Belas Artes da antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2016, o diretor Wolf Maya inaugura o Teatro Nathalia Timberg, em homenagem à atriz.
Ruth de Souza
(1921 - )
Ruth de Souza foi a primeira negra a interpretar Desdêmona no Brasil. Fundadora do Teatro Experimental do Negro (TEN), ela trabalhou por cinco anos no local atuando em clássicos como Otelo, de Shakespeare, e Todos os filhos de Deus têm asas e O Moleque Sonhador, de Eugene O'Neil.Outras peças de destaque foram Réquiem para uma negra, de William Faulkner, em 1983; Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, em 1990; Zumbi, de Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo, em 1993; e O Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, em 1994.
Ruth Escobar
(1936 - 2017)
Natural de Porto, Portugal, Ruth Escobar é uma das notáveis personalidades do teatro brasileiro. Ao lado da atriz Nilda Maria, Ruth criou o Teatro Popular Nacional, no qual um caminhão com palco percorria a periferia de São Paulo apresentando espetáculos gratuitos de autores brasileiros, como A Pena e a Lei, de Ariano Suassuna e Silnei Siqueira; e As Desgraças de uma Criança, de Martins Pena.Em dezembro de 1964, inaugurou seu espaço próprio na capital paulista: o Teatro Ruth Escobar. A partir de então, sucederam-se inúmeras montagens revolucionárias do teatro brasileiro: Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda, em 1968; O Balcão, de Jean Genet, em 1969; Cemitérios de Auto-Móveis, de Arrabal, em 1970; Missa Leiga, de Chico Assis; e A Viagem, adaptação de Os Lusíadas de Camões, com o cantor Nei Matogrosso, em 1972.
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