Sociologia
01/07/2008
crescimento do movimento progressista entre as chamadas ‘pessoas de fé’nos Estados Unidos.
Com a proximidade das eleições à presidência dos Estados Unidos, em que concorrem o democrata Barack Obama e o republicano John McCain, cresce o interesse de pesquisadores pelo eleitorado religioso. O que chama a atenção – inclusive de partidos, candidatos e da mídia americana – é o crescimento do movimento progressista entre as chamadas ‘pessoas de fé’. Segundo estimativa, pouco menos de um décimo da população adulta integra este grupo. O número foi apresentado pelo pesquisador em religião e política americana, John Green. Ele ainda salienta que, nesta campanha, o grupo que associa tendências políticas de direita à religião perdeu espaço para os que identificam fé com a esquerda.
Contudo, Green esclarece que o movimento religioso progressista, mesmo no meio cristão, não é homogêneo. Há grupos que são teológica e politicamente liberais. Outros são conservadores teologicamente, mas tendem ao posicionamento liberal na política. Este segundo grupo firma seus posicionamentos políticos a partir da Bíblia e são conhecidos como ‘cristãos tinta vermelha’, em uma referência direta à fundamentação em palavras de Jesus que são impressas em vermelho nas edições bíblicas tradicionais dos EUA. Em ambos os grupos a simpatia e o ativismo, quando é o caso, estão ao lado do partido Democrata, do candidato Barack Obama.
Esta também é a visão da Cientista Política Laura Olson, da Clemson University. Ela afirma que, nos últimos anos, os Democratas têm sido mais eficientes em alcançar os cristãos. Olson analisa que a atuação dos movimentos cristãos progressistas era restrita a reunir pessoas que compartilhavam fé e visão de mundo. Também haviam iniciativas de Defesa de Direitos, lobes no Parlamento e nas cortes do judiciário. Normalmente, esses grupos usavam campanhas através de e-mails e cartas. “O objetivo da maioria destas organizações é influenciar a política pública e os políticos de forma significativa. E, naturalmente, a justificativa é a ajuda aos pobres e desfavorecidos nas questões de justiça, racismo e matérias como estas”, explica.
Quanto ao envolvimento nas campanhas políticas, Olson indica que apenas parte do grupo é ativista. Contudo, ela acredita que a atuação em campanhas exige posicionamento em assuntos específicos e isso influencia a decisão do eleitor. Novamente, ela destaca que o diálogo dos partidos e candidatos com estes grupos também afeta a posição a ser assumida. Ela também avalia que as novas iniciativas desses grupos - como promoção de discussões, debates e cartilhas de voto - podem ser formas diferentes de unir política e religião. “Esses grupos podem experimentar e descobrir uma forma diferente do que simplesmente dizer: olhe o que faz a direita religiosa; vamos fazer o que eles fazem, mas com a perspectiva da esquerda”, afirma Olson.
Por fim, a cientista política acredita que o envolvimento dos movimentos religiosos nas eleições pode ampliar o debate político. Para ela, esses grupos podem tanto trazer outros temas para a discussão, quanto apresentar novas visões sobre assuntos como a família e seu significado na esfera pública.
No site do Pew Fórum, entidade americana que promove o debate entre religião e questões públicas, você encontra a íntegra, em inglês, da entrevista com John Green sobre os ‘religiosos de esquerda’.
http://www.agenciasoma.org.br
Professor, envie aqui seu comentário sobre esta notícia ou seu relato de experiência em sala, Obrigado.
Contudo, Green esclarece que o movimento religioso progressista, mesmo no meio cristão, não é homogêneo. Há grupos que são teológica e politicamente liberais. Outros são conservadores teologicamente, mas tendem ao posicionamento liberal na política. Este segundo grupo firma seus posicionamentos políticos a partir da Bíblia e são conhecidos como ‘cristãos tinta vermelha’, em uma referência direta à fundamentação em palavras de Jesus que são impressas em vermelho nas edições bíblicas tradicionais dos EUA. Em ambos os grupos a simpatia e o ativismo, quando é o caso, estão ao lado do partido Democrata, do candidato Barack Obama.
Esta também é a visão da Cientista Política Laura Olson, da Clemson University. Ela afirma que, nos últimos anos, os Democratas têm sido mais eficientes em alcançar os cristãos. Olson analisa que a atuação dos movimentos cristãos progressistas era restrita a reunir pessoas que compartilhavam fé e visão de mundo. Também haviam iniciativas de Defesa de Direitos, lobes no Parlamento e nas cortes do judiciário. Normalmente, esses grupos usavam campanhas através de e-mails e cartas. “O objetivo da maioria destas organizações é influenciar a política pública e os políticos de forma significativa. E, naturalmente, a justificativa é a ajuda aos pobres e desfavorecidos nas questões de justiça, racismo e matérias como estas”, explica.
Quanto ao envolvimento nas campanhas políticas, Olson indica que apenas parte do grupo é ativista. Contudo, ela acredita que a atuação em campanhas exige posicionamento em assuntos específicos e isso influencia a decisão do eleitor. Novamente, ela destaca que o diálogo dos partidos e candidatos com estes grupos também afeta a posição a ser assumida. Ela também avalia que as novas iniciativas desses grupos - como promoção de discussões, debates e cartilhas de voto - podem ser formas diferentes de unir política e religião. “Esses grupos podem experimentar e descobrir uma forma diferente do que simplesmente dizer: olhe o que faz a direita religiosa; vamos fazer o que eles fazem, mas com a perspectiva da esquerda”, afirma Olson.
Por fim, a cientista política acredita que o envolvimento dos movimentos religiosos nas eleições pode ampliar o debate político. Para ela, esses grupos podem tanto trazer outros temas para a discussão, quanto apresentar novas visões sobre assuntos como a família e seu significado na esfera pública.
No site do Pew Fórum, entidade americana que promove o debate entre religião e questões públicas, você encontra a íntegra, em inglês, da entrevista com John Green sobre os ‘religiosos de esquerda’.
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