Disciplina - Sociologia

Sociologia

24/03/2009

Segundo pesquisadores casamento não mata o amor romântico

Segundo pesquisadores casamento não mata o amor romântico

Oscar Wilde dizia que "uma pessoa deve estar sempre apaixonada". E que "esta é a razão para nunca casar". Pesquisadores da Associação Americana de Psicologia demonstraram que ele pode ter errado. Um estudo publicado este mês de março pela revista da entidade respondeu cientificamente à pergunta: Um relacionamento de longo tempo (como o casamento até o fim da vida) faz o amor romântico esfriar? A resposta dos pesquisadores Bianca P. Acevedo e Arthur Aron foi negativa e esperançosa. A posição da tradição cristã de apoio à instituição do casamento "para sempre" sai fortalecida. 
   O artigo examina justamente a possibilidade de que o amor romântico ("com intensidade, engajamento e interesse sexual") possa permanecer em relacionamentos longos. Uma análise das teorias e dados sugere que sim: "sem o componente da obsessão, típico do primeiro estágio do amor, o amor romântico pode durar em casamentos de longos períodos, e está associado com satisfação conjugal, bem-estar, e elevada auto-estima". 
   Enquanto isso, a cultura ocidental contemporânea vincula o casamento com o amor romântico. Se este acabar, acaba a união. E afirma que o tempo esfria o amor e o transforma numa espécie de amor de amigos, de companheiros. "Será isso inevitável?", perguntam os pesquisadores, que argumentam contrariamente também aos que chegam a afirmar que amor romântico em relacionamentos de longo termo pode atrapalhar a vida de obrigações familiares, profissionais e sociais. O debate toca também na análise de relatórios da mídia, que também influenciam posições negativas quanto ao casamento, com descrições de altas taxas de divórcio, infidelidade, violência doméstica etc. 
   A conclusão dos pesquisadores é que, "ao contrário do que é largamente aceito", o amor romântico pode durar uma vida e esta durabilidade está relacionada com o aumento da qualidade de vida das pessoas, satisfação marital, saúde mental, e, acima de tudo, sensação de bem-estar. Eles sugerem uma dramática revisão de algumas teorias e atenção especial com a diferença entre amor romântico duradouro e obsessão. 
   Uma das implicações da possibilidade do amor romântico de longo termo é a mudança do paradigna e das expectativas daquilo que casais e terapeutas devem buscar. Tal perspectiva, segundo os autores do estudo, pode dar aos casais a inspiração otimista de que necessitam, desafiando-os a fazer "mudanças que aumentarão a qualidade de seu relacionamento" e bem-estar pessoal. "Será que Oscar Wilde estava errado?", perguntam conclusivamente os pesquisadores. 
   A revista de Psicologia Geral da Associação, que publicou o estudo, procura divulgar teorias inovadoras e artigos metodológicos e conceituais que atravessam e incluem as tradicionais subdisciplinas da Psicologia. 

   Leia aqui (em inglês) a íntegra do artigo "Does a Long-Term Relationship Kill Romantic Love?" publicado pela revista "Review of General Psychology".

fonte:www.agenciasoma.org.br
   
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