Sociologia
30/03/2009
Movimentos sociais e sindicatos se unem contra a crise capitalista
27/03/2009
por Michelle Amaral da Silva última modificação 27/03/2009 16:26
Nesta sexta-feira(27), lideranças dos principais movimentos sindical, social e estudantil se reuniram, em entrevista coletiva, para reafirmarem sua participação no Ato Internacional Unificado contra a Crise, que ocorrerá em São Paulo, na próxima segunda-feira (30).
Na capital paulista será realizada uma passeata, que começará em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, e seguirá até a Bolsa de Valores, no centro da cidade. O ato integra o Dia Nacional de luta contra a crise e as demissões, e contará com outras mobilizações em todo o Brasil.
Na coletiva, os líderes de trabalhadores reconheceram a importância da unidade entre as diversas entidades de defesa dos direitos dos trabalhadores para o combate à crise.
“Isso é prova que os trabalhadores podem se unificar contra um inimigo em comum, que é o grande capital”, afirmou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ele, a iniciativa de reunir os movimentos e sindicatos pode representar a construção de um novo movimento de trabalhadores. Luis Carlos Prates, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos e membro da coordenação nacional da Conlutas, também reafirmou a importância da unificação das lutas dos trabalhadores e da continuidade desse processo.
Pedro Paulo, da Intersindical, ressaltou a importância de se reafirmar as bandeiras históricas dos Trabalhadores frente ao quadro atual. “O momento dessa grave crise que circuncida o mundo vai precisar de muita unidade da classe. E o consenso é de que os trabalhadores não vão pagar por essa crise”, defendeu.
Compromisso das entidades
O líder petroleiro, Antonio Carlos Spis, membro da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) contou que, além da manifestação em São Paulo, a CUT articula mobilizações no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Distrito Federal, em Pernambuco, na Paraíba e em Sergipe. “Nós, da CUT, vamos jogar muito peso nessas mobilizações”, disse.
Já Chico Bezerra, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), pediu para que não haja a preocupação com a quantidade de participantes das marchas, mas sim com a qualidade das manifestações. “Nosso papel é esse, ir para as ruas para impedir que essa crise se instale e para reivindicar nossos direitos”, acrescentou Lídia Correia, presidente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP) e vice-presidente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).
Efeitos da crise
principal bandeira das entidades sociais e sindicais neste ato de segunda-feira (30) é que os trabalhadores não devem pagar pela crise. Entre todos, há o consenso de que esta crise é do capital e das grandes empresas e bancos que sempre lucraram com ele.
“A crise não foi provocada pelos trabalhadores, portanto nós não vamos pagar por ela”, protestou Ubiraci Dantas de Oliveira, vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Prates, da Conlutas, relembrou casos como o da demissão de funcionários da Embraer entre tantas outras demissões em massa que vem ocorrendo. “É hora de exigirmos do governo Lula, que tem sido bom com as empresas, que tome medidas em benefício dos trabalhadores”, defendeu.
Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), completou que “o governo tem que garantir empregos”. E ressaltou que a mobilização não é somente de caráter nacional, mas internacional, somando-se a ações que já vem sendo realizadas em outros países, como no caso da greve geral na França no último dia 19.
Confira abaixo o manifesto das entidades que participarão do Ato Internacional Unificado contra a Crise, em São Paulo:
Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!
Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela Reforma Agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora - e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo "deus mercado". Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres; nas favelas e periferias, É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
NÃO ÀS DEMISSÕES!
REDUÇÃO DOS JUROS!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA JÁ!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS! SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO.
Ato Internacional Unificado Contra a Crise
Concentração no Masp - Avenida Paulista
30 de Março - 11h30min
Organizadores:
ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM-FDIM, UGT, UNE, UNEGRO, VIA CAMPESINA.
fonte:www.brasildefato.com.br
por Michelle Amaral da Silva última modificação 27/03/2009 16:26
Nesta sexta-feira(27), lideranças dos principais movimentos sindical, social e estudantil se reuniram, em entrevista coletiva, para reafirmarem sua participação no Ato Internacional Unificado contra a Crise, que ocorrerá em São Paulo, na próxima segunda-feira (30).
Na capital paulista será realizada uma passeata, que começará em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, e seguirá até a Bolsa de Valores, no centro da cidade. O ato integra o Dia Nacional de luta contra a crise e as demissões, e contará com outras mobilizações em todo o Brasil.
Na coletiva, os líderes de trabalhadores reconheceram a importância da unidade entre as diversas entidades de defesa dos direitos dos trabalhadores para o combate à crise.
“Isso é prova que os trabalhadores podem se unificar contra um inimigo em comum, que é o grande capital”, afirmou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ele, a iniciativa de reunir os movimentos e sindicatos pode representar a construção de um novo movimento de trabalhadores. Luis Carlos Prates, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos e membro da coordenação nacional da Conlutas, também reafirmou a importância da unificação das lutas dos trabalhadores e da continuidade desse processo.
Pedro Paulo, da Intersindical, ressaltou a importância de se reafirmar as bandeiras históricas dos Trabalhadores frente ao quadro atual. “O momento dessa grave crise que circuncida o mundo vai precisar de muita unidade da classe. E o consenso é de que os trabalhadores não vão pagar por essa crise”, defendeu.
Compromisso das entidades
O líder petroleiro, Antonio Carlos Spis, membro da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) contou que, além da manifestação em São Paulo, a CUT articula mobilizações no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Distrito Federal, em Pernambuco, na Paraíba e em Sergipe. “Nós, da CUT, vamos jogar muito peso nessas mobilizações”, disse.
Já Chico Bezerra, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), pediu para que não haja a preocupação com a quantidade de participantes das marchas, mas sim com a qualidade das manifestações. “Nosso papel é esse, ir para as ruas para impedir que essa crise se instale e para reivindicar nossos direitos”, acrescentou Lídia Correia, presidente da Federação das Mulheres Paulistas (FMP) e vice-presidente da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB).
Efeitos da crise
principal bandeira das entidades sociais e sindicais neste ato de segunda-feira (30) é que os trabalhadores não devem pagar pela crise. Entre todos, há o consenso de que esta crise é do capital e das grandes empresas e bancos que sempre lucraram com ele.
“A crise não foi provocada pelos trabalhadores, portanto nós não vamos pagar por ela”, protestou Ubiraci Dantas de Oliveira, vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Prates, da Conlutas, relembrou casos como o da demissão de funcionários da Embraer entre tantas outras demissões em massa que vem ocorrendo. “É hora de exigirmos do governo Lula, que tem sido bom com as empresas, que tome medidas em benefício dos trabalhadores”, defendeu.
Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), completou que “o governo tem que garantir empregos”. E ressaltou que a mobilização não é somente de caráter nacional, mas internacional, somando-se a ações que já vem sendo realizadas em outros países, como no caso da greve geral na França no último dia 19.
Confira abaixo o manifesto das entidades que participarão do Ato Internacional Unificado contra a Crise, em São Paulo:
Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!
Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela Reforma Agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora - e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo "deus mercado". Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres; nas favelas e periferias, É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
NÃO ÀS DEMISSÕES!
REDUÇÃO DOS JUROS!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA JÁ!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS! SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO.
Ato Internacional Unificado Contra a Crise
Concentração no Masp - Avenida Paulista
30 de Março - 11h30min
Organizadores:
ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM-FDIM, UGT, UNE, UNEGRO, VIA CAMPESINA.
fonte:www.brasildefato.com.br