Sociologia
21/05/2009
No dia da abolição, movimentos realizam aula pública no Largo da Memória
Neste 13 de maio, aniversário de 121 anos da abolição formal da escravidão no Brasil, entidades do movimento negro, movimentos sociais, sindicatos e organizações culturais realizaram, às 18 horas, uma aula pública no Largo da Memória, no centro de são Paulo. O local foi escolhido porque nessa ladeira se localizava o antigo Mercado de Escravos de São Paulo, cujo barracão estava instalado onde foi construída a Estação Anhangabaú do Metrô.
A aula teve início às 18 horas. Com o tema “Abolição Inacabada: a história que você não sabe”, o professor, jornalista e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro da Universidade São Paulo (USP) Dennis de Oliveira apresentou aspectos políticos, econômicos e sociais da realidade da população negra diante dos desafios da crise econômica. Fez, também, um resgate dos principais fatos históricos que determinaram as condições de vida atuais dos negros.
"Só a luta organizada do povo dará condições para enfrentar as situações de discriminação e racismo. Diante da ofensiva dos meios de comunicação de massa contra ações afirmativas, cresce a necessidade de atos de protesto como este, do povo ir para as ruas se manifestar", recomendou Oliveira.
Na abertura e encerramento do ato foram realizadas diversas intervenções culturais, entre apresentações teatrais, recitais de poesia, Hip Hop e capoeira. Em sintonia com a aula pública, os movimentos organizadores do ato apresentaram uma pauta política de reivindicações. Entre elas, a aprovação da Lei de Cotas para negros nas universidades públicas estaduais, a transformação do dia 20 de novembro em feriado estadual, a valorização e o respeito às mulheres trabalhadoras negras, a alteração do nome do Metrô Anhangabaú para “Anhangabaú-Zumbi dos Palmares” e a retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.
A carta redigida pelos movimentos revela que, “segundo o Ipea, negras/os ganham menos, trabalham mais e em piores ocupações. São a maior parte entre os sem carteira assinada e são a maioria em serviços domésticos, agricultura e construção civil. Incluem-se mais cedo no mercado de trabalho e saem mais tarde. Crianças negras são as maiores vítimas do trabalho infantil. Mulheres negras são as que mais sofrem com a violência doméstica e sexual e a juventude negra continua sendo alvo preferencial das polícias militares e civis.”
“Essa intervenção que os movimentos fazem neste dia e neste local tão simbólicos para o nosso contexto histórico deve ser assimilada por todos os trabalhadores, pois a luta contra o racismo não anula a luta contra o capitalismo, o machismo e todas as formas de discriminação” disse Nadia Tomé, militante da Uneafro, se dirigindo à multidão que se amontoava na estação do Metrô depois de mais um dia de trabalho.
O ato foi organizado pela Uneafro Brasil, Circulo Palmarino, Assembléia Popular: Mutirão por um novo Brasil, Consulta Popular, MST, Contraponto, Rede Emancipa, Sujeito Coletivo, Grupo de Hip Hop E.I.P, Grupo de Hip Hop Anexo Verbal, União dos Estudantes de Rio Grande da Serra, União Municipal dos Estudantes de Poá, Conlutas, Intersindical, C.A. de Direito da Universidade São Francisco e MAB.
fonte: www.brasildefato.com.br
A aula teve início às 18 horas. Com o tema “Abolição Inacabada: a história que você não sabe”, o professor, jornalista e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro da Universidade São Paulo (USP) Dennis de Oliveira apresentou aspectos políticos, econômicos e sociais da realidade da população negra diante dos desafios da crise econômica. Fez, também, um resgate dos principais fatos históricos que determinaram as condições de vida atuais dos negros.
"Só a luta organizada do povo dará condições para enfrentar as situações de discriminação e racismo. Diante da ofensiva dos meios de comunicação de massa contra ações afirmativas, cresce a necessidade de atos de protesto como este, do povo ir para as ruas se manifestar", recomendou Oliveira.
Na abertura e encerramento do ato foram realizadas diversas intervenções culturais, entre apresentações teatrais, recitais de poesia, Hip Hop e capoeira. Em sintonia com a aula pública, os movimentos organizadores do ato apresentaram uma pauta política de reivindicações. Entre elas, a aprovação da Lei de Cotas para negros nas universidades públicas estaduais, a transformação do dia 20 de novembro em feriado estadual, a valorização e o respeito às mulheres trabalhadoras negras, a alteração do nome do Metrô Anhangabaú para “Anhangabaú-Zumbi dos Palmares” e a retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.
A carta redigida pelos movimentos revela que, “segundo o Ipea, negras/os ganham menos, trabalham mais e em piores ocupações. São a maior parte entre os sem carteira assinada e são a maioria em serviços domésticos, agricultura e construção civil. Incluem-se mais cedo no mercado de trabalho e saem mais tarde. Crianças negras são as maiores vítimas do trabalho infantil. Mulheres negras são as que mais sofrem com a violência doméstica e sexual e a juventude negra continua sendo alvo preferencial das polícias militares e civis.”
“Essa intervenção que os movimentos fazem neste dia e neste local tão simbólicos para o nosso contexto histórico deve ser assimilada por todos os trabalhadores, pois a luta contra o racismo não anula a luta contra o capitalismo, o machismo e todas as formas de discriminação” disse Nadia Tomé, militante da Uneafro, se dirigindo à multidão que se amontoava na estação do Metrô depois de mais um dia de trabalho.
O ato foi organizado pela Uneafro Brasil, Circulo Palmarino, Assembléia Popular: Mutirão por um novo Brasil, Consulta Popular, MST, Contraponto, Rede Emancipa, Sujeito Coletivo, Grupo de Hip Hop E.I.P, Grupo de Hip Hop Anexo Verbal, União dos Estudantes de Rio Grande da Serra, União Municipal dos Estudantes de Poá, Conlutas, Intersindical, C.A. de Direito da Universidade São Francisco e MAB.
fonte: www.brasildefato.com.br