Disciplina - Sociologia

Sociologia

30/06/2009

Golpe em Honduras gera protestos e organizações internacionais rejeitam novo presidente

Alba TV
Rafael Alegría, dirigente camponês de Honduras e membro da Comissão Coordenação Internacional da Via Campesina, está atualmente na clandestinidade, perseguido pelo governo de fato. Em comunicação telefônica com Prensa de Frente e Alba TV, ele denuncia que o levantamento está sendo protagonizado pelas Forças Armadas, mas sustentado pela Corte Suprema e pelas forças conservadoras de oposição ao presidente democrático deposto, Manuel Zelaya Rosales.
Qual é a situação esta noite (domingo), decorrente do sequestro do presidente?
Rafael Alegría – Nessa manhã se produziu um golpe de Estado, levado adiante pelas Forças Armadas e que contou com o apoio da Corte Suprema de Justiça e o aval das forças de oposição representadas no Congresso. O presidente Zelaya foi sequestrado por integrantes do exército que irromperam encapuzados no Palácio de Governo. A chanceler Patricia Rodas também foi detida. O Parlamento, com o aval das forças conservadoras do país, declarou Roberto Micheletti, presidente do Poder Legislativo nacional, como novo presidente, contra a vontade popular.
Como o povo tem reagido?
O povo hondurenho está saindo massivamente às ruas contra o golpe de Estado, o rechaço é generalizado. Para segunda-feira, as três confederações sindicais do país, o Bloco Popular e as centrais camponesas convocaram uma greve geral. Nas mobilizações desta noite (domingo), registraram-se ataques a balas por parte das forças de segurança. A partir da meia-noite, entra em vigência o toque de recolher por 48 horas.
Soubemos que há contra o senhor uma ordem de captura, é isso mesmo?
Sim, se ditou uma ordem de captura contra mim. Atualmente, encontro-me em Tegucigalpa, participando das mobilizações populares, e pedi que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos interceda, para garantir minha liberdade e minha integridade física.
Há algumas horas, difundiu-se a informação de que os militares detiveram várias representações diplomáticas de países latinoamericanos. Que informação o senhor tem sobre isso?
A informação está correta. Inclusive, a Organização dos Estados Americanos condenaram duramente o golpe, e não reconhece a Michelletti como novo presidente, ao mesmo tempo que solicita a imediata devolução do cargo a Zelaya. Em relação aos ataques diplomáticos, o embaixador da Venezuela, o da Nicarágua e o de Cuba estavam juntos à chanceler Rodas no momento em que foram sequestrados pelas Forças Armadas. Sabemos que horas depois foram libertados, mas não aconteceu o mesmo com Rodas, e ainda não sabemos onde ela se encontra. Solicitamos aos povos irmãos de toda a região que expressem seu repúdio ao golpe mobilizando-se às embaixadas de nosso país em todo o continente. fonte:www.brasildefato.com.br

Golpe em Honduras gera protestos e organizações internacionais rejeitam novo presidente

(1'31'' / 357 Kb) - No último domingo (28), Honduras iria realizar uma consulta popular para uma possível mudança na Carta Magna do país - vigente desde 1982. Em vez de ter a participação do povo no destino de Honduras, houve um golpe militar. Após seqüestro do presidente Manuel Zelaya, Roberto Micheletti, presidente do Poder Legislativo nacional, foi nomeado novo presidente pela Força Armada. Com rejeição popular, os militares perseguem líderes populares e o povo promete greve geral.

O governo de Zelaya é visto como popular, com simpatia de sindicatos e indígenas. Ao melhorar as condições da população do país, conseguiu a simpatia de 70% da classe de baixa renda. As Forças Armadas e poderes políticos temiam uma onda de estatizações e que com uma nova constituição, Zelaya pudesse tentar reeleição, mesmo o próprio tendo negado tal interesse.
União Européia, Organização dos Estados Americanos (OEA), Estados Unidos, Canadá e grande parte dos países da América Latina se posicionaram contra o golpe e não reconhecem o novo presidente de Honduras. O povo hondurenho está marcando presença em manifestações, as mesmas estão sendo reprimidas pelas Forças Armadas. Nesta segunda-feira (29), três sindicais convocaram uma greve geral.
O golpe militar instalou o toque de recolher no país. A imprensa local, alvo dos protestos populares, está conivente com o golpe. Ordens de captura estão sendo dadas a líderes de movimentos sociais hondurenhos e internacionais.
De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.

fonte:www.ragioagencianp.com.br
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