Sociologia
31/08/2009
Grito dos Excluídos
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Como foi o Grito dos Excluídos
fonte - Adital
O Grito dos Excluídos, atividade organizada há 15 anos por várias pastorais sociais, organizações e movimentos sociais, aconteceu ontem (7) em 25 estados e no Distrito Federal. Neste ano, a manifestação tem como lema "Vida em primeiro lugar: a força da transformação está na organização popular". Segundo o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno, o Grito dos Excluídos fortalece a participação do povo para a concretização de uma verdadeira democracia.
Uma das coordenadoras do Grito, Rosilene Wansetto, também falou neste sentido. Ela avalia que neste ano as atividades conclamaram a população para a organização popular em torno das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras. "Neste momento em que vivemos uma grande crise, com desemprego e diminuição dos salários, cada vez mais é necessário que o povo vá às ruas para reivindicar suas demandas e a ampliação dos direitos sociais", afirmou ela.
Em Manaus, no coração da Amazônia, cerca de 4 mil manifestantes realizaram o Grito dos Excluídos sob um sol de 40 graus e discutiram temas como o problema da privatização da água, do abastecimento, do transporte coletivo e da saúde pública. Além disso, os manifestantes criticam a criação do Porto das Lages, uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ser realizada na união dos rios Negro e Solimões. Segundo as lideranças está acontecendo uma série de ameaças e a criminalização de quem se manifesta contra a construção do porto.
Em Belém, cerca de 2500 pessoas se manifestaram no bairro Terra Firme, um dos pioneiros na realização do Pré-Grito. Lá eles debateram sobre a pedofilia, a violência no estado e os encarcerados. Já em Goiânia (GO), o Grito discutiu principalmente sobre as dificuldades e a negligências do sistema prisional entre outros temas que foram trabalhados durante a caminhada no centro da cidade.
Em Minas Gerais, as atividades aconteceram em pelo menos 21 cidades. Em Montes Claros, o Grito foi realizado por cerca de 2 mil pessoas de organizações que compõe a Assembléia Popular. Lá existe o Palanque do Eleitor, no espaço os manifestantes criticaram a postura do prefeito, conhecido como o prefeito das lonas pretas, por não adotar uma política de habitação, fornecendo apenas lonas pretas para as famílias.
Na cidade, também foram pautados os problemas com o transporte coletivo. "Existe uma ação no Ministério Público que considera inconstitucional o valor cobrado na tarifa", afirmou Sônia Gomes, da coordenação. Além disso, o Grito também debateu a reivindicação que pede uma política aos catadores de material reciclado. Eles foram ameaçados pelo prefeito local de não poderem mais coletar. Os organizadores afirmaram também que tanto o prefeito quanto a guarda municipal foram truculentos e tentaram impedir a manifestação da população.
Em Cuiabá (MT), centenas de manifestantes marcharam logo atrás do desfile oficial de 7 de setembro. Eles requereram os direitos e a preservação ambiental neste estado que é um dos mais desmatados pelo agronegócio. Além disso, criticaram os conflitos agrários e o trabalho escravo. "Só neste ano, três trabalhadores e uma indígena foram mortos no estado e 200 trabalhadores foram resgatados do trabalho escravo, não podemos mais aceitar isso", afirmou Inácio Werner, da coordenação do Grito. Quanto a isso, no Grito foi lançado o Fórum dos Defensores dos Direitos Humanos do Mato Grosso.
Em Aracaju (SE), mais de 20 mil manifestantes dos movimentos sociais, pastorais e da Cáritas marcharam o percurso de 1 quilômetro por qualidade de vida. O Bispo auxiliar da arquidiocese, dom Henrique Costa, marchou com os manifestantes.
No Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, interior de São Paulo, 80 mil romeiros participaram do Grito dos Excluídos e da 22ª Romaria do Trabalhador. Os participantes deram um cartão vermelho à violência sofrida pelas mulheres, jovens e crianças. O cartão vermelho também foi dado ao Golpe de Estado em Honduras e disseram basta à corrupção e a impunidade e à criminalização dos movimentos sociais e às suas lideranças. O ato em Aparecida se encerrou no final desta manhã com uma missa na basílica. O Arcebispo Dom Raymundo Damasceno pediu mais participação da população para a concretização de uma verdadeira democracia.
Em Brasília, centenas de manifestantes realizaram o Grito dos Excluídos em paralelo ao desfile oficial na Esplanada dos Ministérios, do qual participaram 17 organizações e movimentos sociais. Eles organizaram o Tribunal Popular e o segundo julgamento do Governo Arruda, que tem feito gastos vultuosos com propaganda. "Queremos que este dinheiro seja investido na construção de moradias para o povo. Nesse julgamento, pela segunda vez foi dado o Impeachment do governador Arruda", afirmou Thiago Ávila, coordenador do ato.
Em São Paulo, cerca de 6 mil pessoas participaram nesta manhã das atividades do Grito dos Excluídos, que incluiu uma missa na catedral Sé. De lá os participantes caminharam para o Monumento do Ipiranga, durante o trajeto, foram trabalhados temas como emprego, salário, moradia, terra e direitos sociais. Eles também protestam contra a criminalização dos movimentos sociais. "Somos contra o processo de criminalização que os movimentos sociais e as lideranças estão sofrendo no país. Quem luta pelo direito dos trabalhadores não pode ser criminalizado pelas ações que realiza", afirmou um dos coordenadores do ato.
Em Vitória, no Espírito Santo, cerca de 6 mil pessoas fizeram uma lavagem simbólica das escadarias do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e da Assembléia Legislativa. No estado, os eixos de debate da manifestação foram a crise que assola os trabalhadores, a política econômica e o desenvolvimento sustentável.
No Ceará, o Grito dos Excluídos foi realizado em pelo menos 16 municípios. Em Fortaleza, cerca de 5 mil pessoas protestaram contra os altos preços da energia elétrica, eles também pediram a reestatização da Coelce, a distribuidora de energia elétrica do estado, e a aplicação da Tarifa Social de energia para as famílias que consomem até 140 kwh/mês, o limite máximo estadual para enquadrarem-se na lei da Tarifa Social.
Como balanço deste ano, o coordenador nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, avaliou que a manifestação nos estados revelou mais uma vez que a crítica à falta de ética na política é um dos pontos muito abordados. Além disso, segundo ele, neste ano, a criminalização das lideranças e dos movimentos sociais foi um dos pontos de forte denúncia nas mobilizações. "Este é um espaço propício para a população se manifestar em defesa dos que lutam pela melhoria das condições de vida das pessoas. Há 15 anos estamos nas ruas manifestando nossa posição em favor da vida", finalizou.
A notícia é da Coordenação do Grito.
Como foi em Curitiba
ATO INICIAL (Resp. Pastoral Operária e Comunidade)
- Acolhida pela comunidade - relato sobre a realidade local
- Saudação dos partidos operários e centrais sindicais
- Memória do Grito
- Hino Nacional e início da caminhada
PRIMEIRA PARADA (Resp. Aldeia Indígena)
- As lutas dos povos indígenas
SEGUNDA PARADA (Resp. Juventude da comunidade e Movimento Estudantil de História)
- O extermínio da juventude (drogas e violência) / Memória da Ditadura Militar
TERCEIRA PARADA (Resp. Comunidades de Mandirituba e Itaperuçu)
- A ameaça do lixo / a questão ambiental
QUARTA PARADA (Resp. CMS)
- O programa do povo para superar a crise / lutas de Ctba. e Região Metropolitana
ENCERRAMENTO (Resp. CEBs e Paróquia)
- Celebração e partilha dos alimentos
O Grito dos Excluídos é um acontecimento que já tem 15 anos.
Clique aqui para ouvir(5'59'' / 1,37 Mb)
Sete de setembro é lembrado, na História do Brasil, como a data que marca a independência do país. Segundo a história oficial do país, foi nesta data, em 1822, que o Brasil quebrou sua ligação com sua antiga metrópole, Portugal. Esta data é símbolo para a nação, pois representaria a sua soberania nacional. Mas será que o grito de independência de Dom Pedro, às margens do rio Ipiranga, realmente significou tal soberania ao país?
Questionando esta ideia, anualmente organizações populares promovem o Grito dos Excluídos – uma grande mobilização feita durante a semana da pátria que denuncia a falta de um projeto popular no Brasil.
Em entrevista à Radioagência NP, o integrante da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, conta a história da manifestação popular e fala sobre a organização desta luta.
Radioagência NP: O que é o Grito dos Excluídos?
Ari Alberti: O Grito dos Excluídos é um acontecimento que já tem 15 anos. Ele surgiu a partir da Segunda Semana Social Brasileira, que foi promovida pela CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], pastorais e movimentos, que tratava do tema “Brasil: alternativas e protagonistas”. Acabado este processo se pensou em uma ideia do que poderíamos construir coletivamente e aí surge o Grito dos Excluídos, para ser realizado na data do sete de setembro, fazendo uma reflexão a partir da história da independência do Brasil. Ele acontece em todo o Brasil, de forma descentralizada, sem priorizar a realização de atos nos grandes centros. Podemos dizer que, passado 15 anos, que ele tem dimensão nacional, pois está em todos os estados do país durante a semana da pátria.
RNP: Quem são estes excluídos?
AA: Se olharmos pelas definições, todos nós estamos incluídos neste mundo, mas a maioria está incluída de uma forma perversa. Nós chamamos de excluído, por exemplo, a pessoa que não tem condição de acessar a saúde, educação, moradia, terra, emprego. São pessoas sem condição de competir no mercado, que é desigual, e que não tem condição de fazer ouvir sua voz, seus gritos, que estão calados, emudecidos. Nós lutamos por justiça e ao lutar por justiça, entendemos que juntos estamos construindo uma proposta de um projeto de país diferente, onde o povo possa ser incluído politicamente, economicamente e socialmente, onde as pessoas possam viver com dignidade.
RNP: Qual será o tema do 15º Grito dos Excluídos?
AA: A primeira afirmação sempre é a mesma: vida em primeiro lugar. O complemento deste ano é: “a força da transformação está na organização popular”. Acreditamos abertamente que as mudanças só poderão vir de baixo para cima. Então o nosso desafio é ajudar a informar, formar e conscientizar o povo para que possamos de fato fazer esse movimento, essa luta de baixo para cima, para que as mudanças possam acontecer.
RNP: Qualquer pessoa pode participar da construção do Grito dos Excluídos?
AA: O Grito dos Excluídos é um acontecimento que não tem um dono nem uma pauta específica de reivindicação. Cada local se organiza a partir dos gritos maiores que tem mais a ver com a realidade da população daquela região.
RNP: E se a pessoa tiver interesse, como ela pode se inserir na organização desta manifestação popular?
AA: O que as pessoas podem e devem fazer, se tiver interesse, é procurar na sua cidade, em seu estado, nas associações, como as pastorais, se por acaso está acontecendo a construção do Grito dos Excluídos. Caso tenha dificuldades, nós secretaria nacional podemos ajudar a partir dos endereços de onde são organizados os Gritos. Todos serão bem-vindos e bem-vindas nesta atividade. Nós temos que passar da atividade de ficar apenas assistindo as coisas acontecerem. Nós temos que sair da situação de platéia para sermos atores e atrizes. Temos que protagonizar, que agir, para construir uma pátria livre e independente.
O telefone da coordenação nacional do Grito dos Excluídos é (11) 2272-0627. Informações também podem ser obtidas através do endereço na internet: www.gritodosexcluidos.org.
De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.
fonte:www.radioagencianp.com.br
Como foi o Grito dos Excluídos
fonte - Adital
O Grito dos Excluídos, atividade organizada há 15 anos por várias pastorais sociais, organizações e movimentos sociais, aconteceu ontem (7) em 25 estados e no Distrito Federal. Neste ano, a manifestação tem como lema "Vida em primeiro lugar: a força da transformação está na organização popular". Segundo o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno, o Grito dos Excluídos fortalece a participação do povo para a concretização de uma verdadeira democracia.
Uma das coordenadoras do Grito, Rosilene Wansetto, também falou neste sentido. Ela avalia que neste ano as atividades conclamaram a população para a organização popular em torno das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras. "Neste momento em que vivemos uma grande crise, com desemprego e diminuição dos salários, cada vez mais é necessário que o povo vá às ruas para reivindicar suas demandas e a ampliação dos direitos sociais", afirmou ela.
Em Manaus, no coração da Amazônia, cerca de 4 mil manifestantes realizaram o Grito dos Excluídos sob um sol de 40 graus e discutiram temas como o problema da privatização da água, do abastecimento, do transporte coletivo e da saúde pública. Além disso, os manifestantes criticam a criação do Porto das Lages, uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ser realizada na união dos rios Negro e Solimões. Segundo as lideranças está acontecendo uma série de ameaças e a criminalização de quem se manifesta contra a construção do porto.
Em Belém, cerca de 2500 pessoas se manifestaram no bairro Terra Firme, um dos pioneiros na realização do Pré-Grito. Lá eles debateram sobre a pedofilia, a violência no estado e os encarcerados. Já em Goiânia (GO), o Grito discutiu principalmente sobre as dificuldades e a negligências do sistema prisional entre outros temas que foram trabalhados durante a caminhada no centro da cidade.
Em Minas Gerais, as atividades aconteceram em pelo menos 21 cidades. Em Montes Claros, o Grito foi realizado por cerca de 2 mil pessoas de organizações que compõe a Assembléia Popular. Lá existe o Palanque do Eleitor, no espaço os manifestantes criticaram a postura do prefeito, conhecido como o prefeito das lonas pretas, por não adotar uma política de habitação, fornecendo apenas lonas pretas para as famílias.
Na cidade, também foram pautados os problemas com o transporte coletivo. "Existe uma ação no Ministério Público que considera inconstitucional o valor cobrado na tarifa", afirmou Sônia Gomes, da coordenação. Além disso, o Grito também debateu a reivindicação que pede uma política aos catadores de material reciclado. Eles foram ameaçados pelo prefeito local de não poderem mais coletar. Os organizadores afirmaram também que tanto o prefeito quanto a guarda municipal foram truculentos e tentaram impedir a manifestação da população.
Em Cuiabá (MT), centenas de manifestantes marcharam logo atrás do desfile oficial de 7 de setembro. Eles requereram os direitos e a preservação ambiental neste estado que é um dos mais desmatados pelo agronegócio. Além disso, criticaram os conflitos agrários e o trabalho escravo. "Só neste ano, três trabalhadores e uma indígena foram mortos no estado e 200 trabalhadores foram resgatados do trabalho escravo, não podemos mais aceitar isso", afirmou Inácio Werner, da coordenação do Grito. Quanto a isso, no Grito foi lançado o Fórum dos Defensores dos Direitos Humanos do Mato Grosso.
Em Aracaju (SE), mais de 20 mil manifestantes dos movimentos sociais, pastorais e da Cáritas marcharam o percurso de 1 quilômetro por qualidade de vida. O Bispo auxiliar da arquidiocese, dom Henrique Costa, marchou com os manifestantes.
No Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, interior de São Paulo, 80 mil romeiros participaram do Grito dos Excluídos e da 22ª Romaria do Trabalhador. Os participantes deram um cartão vermelho à violência sofrida pelas mulheres, jovens e crianças. O cartão vermelho também foi dado ao Golpe de Estado em Honduras e disseram basta à corrupção e a impunidade e à criminalização dos movimentos sociais e às suas lideranças. O ato em Aparecida se encerrou no final desta manhã com uma missa na basílica. O Arcebispo Dom Raymundo Damasceno pediu mais participação da população para a concretização de uma verdadeira democracia.
Em Brasília, centenas de manifestantes realizaram o Grito dos Excluídos em paralelo ao desfile oficial na Esplanada dos Ministérios, do qual participaram 17 organizações e movimentos sociais. Eles organizaram o Tribunal Popular e o segundo julgamento do Governo Arruda, que tem feito gastos vultuosos com propaganda. "Queremos que este dinheiro seja investido na construção de moradias para o povo. Nesse julgamento, pela segunda vez foi dado o Impeachment do governador Arruda", afirmou Thiago Ávila, coordenador do ato.
Em São Paulo, cerca de 6 mil pessoas participaram nesta manhã das atividades do Grito dos Excluídos, que incluiu uma missa na catedral Sé. De lá os participantes caminharam para o Monumento do Ipiranga, durante o trajeto, foram trabalhados temas como emprego, salário, moradia, terra e direitos sociais. Eles também protestam contra a criminalização dos movimentos sociais. "Somos contra o processo de criminalização que os movimentos sociais e as lideranças estão sofrendo no país. Quem luta pelo direito dos trabalhadores não pode ser criminalizado pelas ações que realiza", afirmou um dos coordenadores do ato.
Em Vitória, no Espírito Santo, cerca de 6 mil pessoas fizeram uma lavagem simbólica das escadarias do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e da Assembléia Legislativa. No estado, os eixos de debate da manifestação foram a crise que assola os trabalhadores, a política econômica e o desenvolvimento sustentável.
No Ceará, o Grito dos Excluídos foi realizado em pelo menos 16 municípios. Em Fortaleza, cerca de 5 mil pessoas protestaram contra os altos preços da energia elétrica, eles também pediram a reestatização da Coelce, a distribuidora de energia elétrica do estado, e a aplicação da Tarifa Social de energia para as famílias que consomem até 140 kwh/mês, o limite máximo estadual para enquadrarem-se na lei da Tarifa Social.
Como balanço deste ano, o coordenador nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, avaliou que a manifestação nos estados revelou mais uma vez que a crítica à falta de ética na política é um dos pontos muito abordados. Além disso, segundo ele, neste ano, a criminalização das lideranças e dos movimentos sociais foi um dos pontos de forte denúncia nas mobilizações. "Este é um espaço propício para a população se manifestar em defesa dos que lutam pela melhoria das condições de vida das pessoas. Há 15 anos estamos nas ruas manifestando nossa posição em favor da vida", finalizou.
A notícia é da Coordenação do Grito.
Como foi em Curitiba
ATO INICIAL (Resp. Pastoral Operária e Comunidade)
- Acolhida pela comunidade - relato sobre a realidade local
- Saudação dos partidos operários e centrais sindicais
- Memória do Grito
- Hino Nacional e início da caminhada
PRIMEIRA PARADA (Resp. Aldeia Indígena)
- As lutas dos povos indígenas
SEGUNDA PARADA (Resp. Juventude da comunidade e Movimento Estudantil de História)
- O extermínio da juventude (drogas e violência) / Memória da Ditadura Militar
TERCEIRA PARADA (Resp. Comunidades de Mandirituba e Itaperuçu)
- A ameaça do lixo / a questão ambiental
QUARTA PARADA (Resp. CMS)
- O programa do povo para superar a crise / lutas de Ctba. e Região Metropolitana
ENCERRAMENTO (Resp. CEBs e Paróquia)
- Celebração e partilha dos alimentos
O Grito dos Excluídos é um acontecimento que já tem 15 anos.
Clique aqui para ouvir(5'59'' / 1,37 Mb)
Sete de setembro é lembrado, na História do Brasil, como a data que marca a independência do país. Segundo a história oficial do país, foi nesta data, em 1822, que o Brasil quebrou sua ligação com sua antiga metrópole, Portugal. Esta data é símbolo para a nação, pois representaria a sua soberania nacional. Mas será que o grito de independência de Dom Pedro, às margens do rio Ipiranga, realmente significou tal soberania ao país?
Questionando esta ideia, anualmente organizações populares promovem o Grito dos Excluídos – uma grande mobilização feita durante a semana da pátria que denuncia a falta de um projeto popular no Brasil.
Em entrevista à Radioagência NP, o integrante da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, conta a história da manifestação popular e fala sobre a organização desta luta.
Radioagência NP: O que é o Grito dos Excluídos?
Ari Alberti: O Grito dos Excluídos é um acontecimento que já tem 15 anos. Ele surgiu a partir da Segunda Semana Social Brasileira, que foi promovida pela CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil], pastorais e movimentos, que tratava do tema “Brasil: alternativas e protagonistas”. Acabado este processo se pensou em uma ideia do que poderíamos construir coletivamente e aí surge o Grito dos Excluídos, para ser realizado na data do sete de setembro, fazendo uma reflexão a partir da história da independência do Brasil. Ele acontece em todo o Brasil, de forma descentralizada, sem priorizar a realização de atos nos grandes centros. Podemos dizer que, passado 15 anos, que ele tem dimensão nacional, pois está em todos os estados do país durante a semana da pátria.
RNP: Quem são estes excluídos?
AA: Se olharmos pelas definições, todos nós estamos incluídos neste mundo, mas a maioria está incluída de uma forma perversa. Nós chamamos de excluído, por exemplo, a pessoa que não tem condição de acessar a saúde, educação, moradia, terra, emprego. São pessoas sem condição de competir no mercado, que é desigual, e que não tem condição de fazer ouvir sua voz, seus gritos, que estão calados, emudecidos. Nós lutamos por justiça e ao lutar por justiça, entendemos que juntos estamos construindo uma proposta de um projeto de país diferente, onde o povo possa ser incluído politicamente, economicamente e socialmente, onde as pessoas possam viver com dignidade.
RNP: Qual será o tema do 15º Grito dos Excluídos?
AA: A primeira afirmação sempre é a mesma: vida em primeiro lugar. O complemento deste ano é: “a força da transformação está na organização popular”. Acreditamos abertamente que as mudanças só poderão vir de baixo para cima. Então o nosso desafio é ajudar a informar, formar e conscientizar o povo para que possamos de fato fazer esse movimento, essa luta de baixo para cima, para que as mudanças possam acontecer.
RNP: Qualquer pessoa pode participar da construção do Grito dos Excluídos?
AA: O Grito dos Excluídos é um acontecimento que não tem um dono nem uma pauta específica de reivindicação. Cada local se organiza a partir dos gritos maiores que tem mais a ver com a realidade da população daquela região.
RNP: E se a pessoa tiver interesse, como ela pode se inserir na organização desta manifestação popular?
AA: O que as pessoas podem e devem fazer, se tiver interesse, é procurar na sua cidade, em seu estado, nas associações, como as pastorais, se por acaso está acontecendo a construção do Grito dos Excluídos. Caso tenha dificuldades, nós secretaria nacional podemos ajudar a partir dos endereços de onde são organizados os Gritos. Todos serão bem-vindos e bem-vindas nesta atividade. Nós temos que passar da atividade de ficar apenas assistindo as coisas acontecerem. Nós temos que sair da situação de platéia para sermos atores e atrizes. Temos que protagonizar, que agir, para construir uma pátria livre e independente.
O telefone da coordenação nacional do Grito dos Excluídos é (11) 2272-0627. Informações também podem ser obtidas através do endereço na internet: www.gritodosexcluidos.org.
De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.
fonte:www.radioagencianp.com.br