Sociologia
11/05/2010
PUCPR promove palestra com o antropólogo Massimo Canevacci
O antropólogo é o criador e diretor da revista Avatar e da revista eletrônica ZON/A, especializada em temas ligados à antropologia, comunicação e artes visuais. É autor de vários livros, entre eles “A Cidade Polifônica”, ensaio sobre a antropologia da comunicação urbana (1997, Studio Nobel), em que fala sobre o perder-se urbano, fato ocorrido com ele próprio, em 1984, quando de sua primeira estada em São Paulo.Também é autor de “Culturas Extremas: Mutações juvenis nos corpos das metrópoles”, em que reivindica 'uma espontaneidade metodológica polifônica que vai de encontro a todo rigor formal monológico, a toda e qualquer moral holística pensativa, a toda e qualquer implacável estatística'. O autor adota a metodologia do 'gozo da diferença'. É isso o que lhe permite freqüentar interzonas urbanas nas quais estabelecem um fluxo comunicacional direto com os sujeitos, jamais objetos. Rave, piercing, techno, tatuagem, bodyscape, cut-up, ciberespaço, fanzine, videoarte - a cultura líquida escorre pelos desvãos da cidade, despercebida entre as grades enferrujadas do método acadêmico centralizado. Em vez de tipologias, o que interessa a Canevacci são 'as zonas limítrofes, os espaços vazios, os desafios panoramáticos, os atravessamentos'.
Nos contextos metropolitanos descritos de maneira minuciosa por Canevacci, estão os fluxos comunicacionais carregados de fetichismos visuais, disseminados, sobretudo, pela tecnologia digital que incorpora os atratores, por meio de pedaços simbólicos que impõem percepções nada ingênuas e muito menos manipuláveis. Eliminando essa extensão indefinida entre olhar e a coisa olhada e indicando novas direções para os fetichismos visuais praticados e propagados nas metrópoles comunicacionais.
Neste sentido, as várias linguagens do corpo-bodyscape difundem e, ao mesmo tempo, representam os vários gêneros e subgêneros na cultura ocidental, como contexto de pesquisa e laboratório de práticas em que os corpos se embrenham, provocando a necessidade de se elaborar novos sistemas perceptivos e novas sensoralidades aplicadas ao dinamismo contemporâneo.
O clássico conceito de Fetisch, elaborado por Marx e rediscutido na obra de Canevacci, transforma-se em estilo de vida e envolve aspectos importantes da comunicação metropolitana. São as práticas que misturam publicidade, moda, arte pública e design, mutadas a partir da mercadoria clássica em uma outra, com valor comunicacional.
Este conteúdo foi publicado em 11/05/2010 no sitio da PUC-PR. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria