Sociologia
23/03/2011
Postura do Brics com relação à Líbia mostra preocupações comuns
A abstenção de quatro membros do Brics na votação da ONU para a intervenção militar na Líbia mostra que seus membros "compartilham das mesmas preocupações" e que a "comunidade internacional está divida sobre este tema", segundo Qu Xing, presidente do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.O acadêmico assinalou em entrevista coletiva que embora os membros do Brics (Rússia, Brasil, China, Índia e África do Sul [esta que terá sua entrada formalizada em abril próximo) atuem segundo seus próprios interesses, "tomam decisões similares, o que nos mostra que compartilham das mesmas preocupações quanto à paz internacional e às estratégias de desenvolvimento".
"Acho que a razão de os países do Brics concordarem (em muitos assuntos) é seu similar estado de desenvolvimento econômico e de comércio exterior", acrescentou Qu.
O analista assinalou que para o Brics, cuja cúpula será realizada na ilha chinesa de Hainan em meados de abril, "ter uma agenda política não é uma preocupação-chave neste momento", embora não descarte que o seja no futuro.
A China, membro permanente do Conselho de Segurança, se absteve junto com Rússia, Índia, Brasil e outros países na votação por considerar a situação líbia um assunto interno do país, mas não votou contra a resolução por responder a uma solicitação da Liga Árabe, assinalou Qu.
A África do Sul, novo membro do Brics, no entanto, votou a favor da resolução.
Esta reportagem foi publicada no dia 16/3/2011 no sítio estadao.com.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.