Disciplina - Sociologia

Sociologia

11/04/2011

A condição feminina no Brasil hoje

Por IzMulheresabel Leão
Resultados da pesquisa “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”, realizada pela Fundação Perseu Abramo, aponta melhoras em alguns indicadores sobre a percepção da situação da violência doméstica contra a mulher, saúde reprodutiva e aborto, mídia e sexualidade, mulher e política, feminismo e machismo.
A apresentação dos resultados e o debate fizeram parte do evento de comemoração do Dia Internacional da Mulher, realizado no dia 29 de março, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. No evento, foram comparados os dados agora divulgados com os resultados de uma pesquisa realizada em 2001. Segundo a professora Carmem Simone Grilo Dinis, da Faculdade de Saúde Pública, a nova pesquisa trouxe como inovação informações muito importantes para o papel da saúde pública no País, principalmente sobre a violência contra as mulheres nas instituições de saúde.
De acordo com a pesquisa, um quarto das mulheres brasileiras que tiveram filhos em algum momento passou por abuso verbal ou maus-tratos na hora do parto, teve exame de toque doloroso, falta de atendimento para aliviar a dor ou manifestações mais explícitas de violência, como amarrar a mulher, por exemplo. “O modelo de saúde para parturientes é muito agressivo e violento e a permanência desse modelo é instrumental para vender cesária”, explica Carmem. “Há interesse em que o modelo continue violento, com muita intervenção, com as mulheres imobilizadas e drogadas para provocar dores, cortando-as desnecessariamente. Tudo isso para vender o procedimento da cesária como alternativa superior. Defendemos uma assistência fisiológica, suave, baseada em evidência e nos direitos das mulheres.”
Para Carmen, a questão de fundo é a formação das equipes médicas, como também a falta de preparo das mulheres, sugerindo um pré-natal que vá além do monitoramento e saúde do feto, preparando-as para o momento do parto.
Os dados apresentados pelo coordenador da pesquisa, Gustavo Venturi, professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, mostram que de um modo geral as mulheres estão mais satisfeitas com sua condição feminina do que se encontravam há dez anos. Mesmo nos casos em que a situação apresentava-se muito negativa, até mesmo dramática, no caso da violência de gênero, a pesquisa mostra uma leve tendência de melhora. “Passamos de oito mulheres espancadas a cada dois minutos para cinco mulheres espancadas a cada dois minutos.”
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Esta reportagem foi publicada no dia 04/4/2011 no sítio espaber.uspnet.usp.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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