Sociologia
26/10/2011
Encontro de educadores negros
A abertura do 8º Encontro de Educadores Negros aconteceu nessa segunda-feira (24), em Pontal do Paraná. Durante quatro dias, cerca de 500 professores, pedagogos e funcionários que atuam nas escolas da rede pública estadual discutem propostas para valorizar a contribuição de negros e afrodescendentes na formação histórica do Brasil. O evento é uma realização da Secretaria de Estado da Educação (SEED).Para a diretora do Departamento da Diversidade da SEED, Luciane Vanessa Fagundes, o encontro vai além da formação continuada para os educadores. “É um momento para ouvirmos as expectativas e anseios que os professores negros possuem, e com este diálogo, atenderemos as demandas existentes”, ressaltou.
A educação tem um importante papel no combate à discriminação e ao preconceito. “A escola é um dos mais importantes espaços para a valorização da cultura africana, mostrando que juntamente com outras etnias, os negros construíram e estão construindo a história desse país”, ressaltou Jane Márcia Madureira Arruda, professora de Língua Portuguesa e Inglês do Colégio Estadual Cecília Meireles, em Curitiba.
Segundo Iyagunã Alzira Maria Aparecida, ialorixá do Candomblé do Ilê Axé Ogun, a escola precisa estar atenta para receber os estudantes e respeitar sua individualidade. “A escola é o segundo elo social, depois da família, para muitas crianças. É preciso respeitar o modo de expressão, a cultura, a religião de cada um delas”. Ela ainda disse que a escola deve ser um ambiente para promover o conhecimento e a ascensão social de todos.
Serão realizadas palestras e oficinas que abordam temas como arte africana, educação escolar quilombola, racismo, religião, entre outros. Ao final do encontro serão apontadas propostas para a educação das relações etnicorraciais nas escolas paranaenses. “Estas propostas não devem apenas elevar a autoestima, fortalecer a identidade dos educadores negros, mas instrumentalizá-los com uma formação adequada para atuarem nas escolas”, comentou Cassius Marcelus Cruz, professor de História do Colégio Estadual Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba.
O evento é resultado do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Etnicorracial do Paraná, espaço em que são discutidas políticas públicas em todas as áreas para atendimento de demandas que envolvem essa população. Também houve espaço para lançamento do livro “Africanidades paranaenses”, de Marcilene Garcia de Souza.
A solenidade de abertura contou com a presença da representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Cristina Trindade. A ONU celebra 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes.
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Esta reportagem foi publicada em 25/10/2011 no sítio www.educacao.pr.gov.br/. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.