Sociologia
19/11/2007
Noticias sobre infância são mais vinculadas a questões de violência
O tema da violência segue sendo o mais divulgado nos meios de comunicação da Nicarágua. Constatou o Relatório de Monitoreo 2006, o qual fez uma análise com todos os meios de comunicação da região. O documento registrou a publicação de 885 notícias sobre situações de violência física, psicológica e sexual que vivem meninas, meninos e adolescentes, seguido da educação, com 701, e o terceiro setor, com 654.
Pela pesquisa foi constatado que o enfoque principal que dão os meios de comunicação aos temas da infância e adolescência são em relacionados à violência. A maioria das vezes em que foram escutadas, as crianças eram testemunhas de situações de violência, ou eram vítimas para relatar o sucedido, e também quando foram sujeitos ativos de violência para conhecer suas versões dos fatos.
Para Walter Calderón, Coordenador do Programa de Comunicação Social da Dos Generaciones, instituição responsável pelo informe, ainda existe nos meios de uma percepção errônea de ver a infância e adolescência desde uma situação irregular. Isso é refletido na continuação do uso de termos pejorativos, cuja porcentagem foi de 56.4%.
O uso desses termos tem sido mais percebido em notícias a respeito do tema incapacidade. Segundo o informe, conseguiu-se identificar o uso de palavras e expressões da danam a integridade de meninas, meninos e adolescentes, entre elas retardado, incapacitado, diante das carências, entre outras. No mesmo tema, publicaram unicamente 23 notícias em todo o ano, o que não alcançavam nem sequer 1%. Deste total, 11 notícias tiveram olhar investigativo e refletiram diversas ações de busca de solução.
De acordo com a Dos Generaciones, a respeito do tema de violência sexual, as percepções sociais sobre os abusadores, as meninas, os meninos, adolescentes e suas mães foram as mesmas: abusadores e exploradores sexuais como doentes mentais, as meninas, os meninos e adolescentes e suas mães como os propiciadores da violência sexual.
Outro ponto interessante dentro do estudo é que se conseguiu identificar discriminação midiática em alguns temas como etnia e gênero. Na análise realizada não houve nenhuma nota sobre igualdade / desigualdade de raça ou etnia e sobre gênero se publicou só uma notícia.
A pesquisa informa também que a concentração de temas continuou no âmbito urbano (55.8%) acima do rural (23.3%) e as fronteiras do país (1.9%). Cerca de 3% das notícias publicadas abordaram o marco jurídico e político, 2.5% estatísticas e quase 6% não citaram fontes ou não foi possível identificá-las.
Diante dos resultados, a Dos Generaciones considera que os meios de comunicação têm alguns desafios para superar. "Consegue-se detectar a urgência de que jornalistas e profissionais da comunicação assumam o Código de Ética na cobertura sobre Infância e Adolescência como um guia ética no seu exercício profissional. Um desafio em que podem espelhar-se os donos e diretores de meios de comunicação", disse a organização.
Ela sugere também que meninas, meninos e adolescentes expressem de maneira mais sistemática suas opiniões sobre a cobertura que realizam os meios, para que possam mobilizar suas propostas com o respaldo das organizações da sociedade civil.
(Com informações de:http://www.dosgeneraciones.org)
Fonte: Adital, Nicarágua, 16 de novembro de 2007
Pela pesquisa foi constatado que o enfoque principal que dão os meios de comunicação aos temas da infância e adolescência são em relacionados à violência. A maioria das vezes em que foram escutadas, as crianças eram testemunhas de situações de violência, ou eram vítimas para relatar o sucedido, e também quando foram sujeitos ativos de violência para conhecer suas versões dos fatos.
Para Walter Calderón, Coordenador do Programa de Comunicação Social da Dos Generaciones, instituição responsável pelo informe, ainda existe nos meios de uma percepção errônea de ver a infância e adolescência desde uma situação irregular. Isso é refletido na continuação do uso de termos pejorativos, cuja porcentagem foi de 56.4%.
O uso desses termos tem sido mais percebido em notícias a respeito do tema incapacidade. Segundo o informe, conseguiu-se identificar o uso de palavras e expressões da danam a integridade de meninas, meninos e adolescentes, entre elas retardado, incapacitado, diante das carências, entre outras. No mesmo tema, publicaram unicamente 23 notícias em todo o ano, o que não alcançavam nem sequer 1%. Deste total, 11 notícias tiveram olhar investigativo e refletiram diversas ações de busca de solução.
De acordo com a Dos Generaciones, a respeito do tema de violência sexual, as percepções sociais sobre os abusadores, as meninas, os meninos, adolescentes e suas mães foram as mesmas: abusadores e exploradores sexuais como doentes mentais, as meninas, os meninos e adolescentes e suas mães como os propiciadores da violência sexual.
Outro ponto interessante dentro do estudo é que se conseguiu identificar discriminação midiática em alguns temas como etnia e gênero. Na análise realizada não houve nenhuma nota sobre igualdade / desigualdade de raça ou etnia e sobre gênero se publicou só uma notícia.
A pesquisa informa também que a concentração de temas continuou no âmbito urbano (55.8%) acima do rural (23.3%) e as fronteiras do país (1.9%). Cerca de 3% das notícias publicadas abordaram o marco jurídico e político, 2.5% estatísticas e quase 6% não citaram fontes ou não foi possível identificá-las.
Diante dos resultados, a Dos Generaciones considera que os meios de comunicação têm alguns desafios para superar. "Consegue-se detectar a urgência de que jornalistas e profissionais da comunicação assumam o Código de Ética na cobertura sobre Infância e Adolescência como um guia ética no seu exercício profissional. Um desafio em que podem espelhar-se os donos e diretores de meios de comunicação", disse a organização.
Ela sugere também que meninas, meninos e adolescentes expressem de maneira mais sistemática suas opiniões sobre a cobertura que realizam os meios, para que possam mobilizar suas propostas com o respaldo das organizações da sociedade civil.
(Com informações de:http://www.dosgeneraciones.org)
Fonte: Adital, Nicarágua, 16 de novembro de 2007